sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Cadê meu filho?


Antigamente era praticamente um discurso natural dos casais. Um filho homem era desejado principalmente pelo homem.

Nunca me liguei muito nisso, e quando minha prole revelou-se totalmente feminina, continuei sem ligar.

Amigos e parentes pareciam mais incomodados do que eu. Havia sempre a pergunta:

- Vai tentar o menino?

Ou então o comentário:

- Quem vai te acompanhar ao futebol?

Sem me importar com as perguntas eu argumentava:

- Meninas são mais carinhosas com o pai...

Ou então:

- Meninas são menos briguentas, dão menos trabalho quando estão na adolescência....

Às vezes, todavia, ante tanto questionamento, eu parava para refletir, avaliando se realmente eu não me importava.

Imaginava viver a experiência de ter um filho homem. Estaria essa experiência me faltando?

Um filho que torcesse desesperadamente pelo Fluminense?

Alguém para me acompanhar ao Maracanã, reclamar do juiz e do corpo mole dos jogadores?

Será que tendo um filho homem, eu teria com quem conversar até de madrugada sobre um nada-tudo, abordando música, cinema, bobeira, escoltados por uma cervejinha?

Será que faltaria um filho para compartilhar minha visão masculina do mundo/vida?

Por que eu nunca pensara nisso? Onde estava eu que no momento apropriado, mais jovem, não atinei com essa circunstância?

O que me ocupara então, de tal forma que não tive tempo para pensar em “equilibrar” a prole?

O que estaria eu fazendo?

Ah, sim, lembrei. Eu ora estava pegando a caçula, que no grupo de coleguinhas, muitos deles mais velhos, interferia, ditava as regras de como deveriam ser as brincadeiras, e muitas vezes deixava o “dono” dos brinquedos de fora, por considerá-lo sem habilidade.

Talvez eu estivesse brigando com ela, aconselhando-a para que na próxima vez que seus amiguinhos tentassem bater nela, bastaria me chamar, não sendo necessário defender-se literalmente com botas ortopédicas e dentes afiados (coitados!).

Ou quem sabe convencendo-a de que aquela colherada com que o menino vizinho chato foi premiado, e que tirou sangue, não seria necessária.

Ri muito com essas lembranças e vi que fui abençoado. Eu vivi todas as “emoções” da criação de um filho, com essa linda menina ao meu lado.

E com o passar do tempo, todas as outras questões por si só foram sendo respondidas:

Ela tornou-se uma linda mulher, adora o Tricolor e o Maracanã já acolheu nossos sorrisos e lágrimas, com ou sem cerveja.

Varamos a noite, nossa parte do dia preferida, conversando sobre os nada-tudo que adoramos, não poupando nada e ninguém de nossos comentários politicamente corretos ou não, mas sempre, sem modéstia, inteligentes.

Nunca me faltou também o ombro amigo sempre disposto a ouvir, às vezes sem precisar ou querer falar nada, mas sempre com amor incondicional.

Pensando bem......

Eu, hein, filho homem para que? Tô muito satisfeito!

Para Silvia – Agosto/2009

sábado, 18 de julho de 2009

O Passageiro


É admirável o poder de nossa imaginação.
Às vezes uma imagem, um som, um aroma criam em nós realidades inventadas.
Dirigia calmamente quando, ao parar em um sinal fechado, na pista ao lado parou também uma dessas vans de transporte escolar. Olhei de relance e quase não noto o pequeno passageiro, sentado ao lado do motorista. Era um garoto uniformizado, que pela série cursada indicada na manga da camisa, imaginei ter 10 anos. Não dava realmente para avaliar a idade porque em momento algum vi seu rosto. Distraído que ele estava conversando com o motorista, eu somente vislumbrava seu ombro, a parte de traz de sua cabeça e seu uniforme.
Um uniforme que eu conhecia bem. Um uniforme que fora meu companheiro por sete inesquecíveis anos.
Ao vê-lo assim, rosto oculto, por curiosidade comecei a imaginar como poderia ser seu rosto. Observei o cabelo castanho claro, alourado até, e busquei na mente um rosto que “combinasse” com o que eu via. Esse tolo exercício me fez mergulhar no passado, revolvendo e evocando lembranças.
Com quem poderia ele parecer-se? Poderia ser com um colega de turma?
Prosseguindo nessa insólita busca em minhas lembranças, analisei o feitio da cabeça, com aquele corte baixo de cabelo que todos detestávamos, e nenhuma resposta me vinha à mente.
Em meu cérebro nomes e apelidos rondavam, mas nenhum que combinasse com aquela imagem parcial. Haveria uma semelhança com o Claudio? Não, muito baixo. Combinaria com o Lacerda? Não, ele era mais alto e moreno. Quem sabe...... Eu? Sim, aquela silhueta combinava perfeitamente com um Eu tão antigo que até custa um pouco relembrar.
Confesso que essa observação tocou-me um pouco. Fiz um rápido cálculo do número de anos que separavam presente e lembrança, e surpreso cheguei a sorrir quando comparei os meios utilizados no transporte para o colégio; outrora o velho bonde, agora a reluzente van.
Ainda refletia sobre essa diferença quando um pensamente veio incisivo: e se fosse eu que estivesse ali?
E se eu estivesse começando agora? E se houvesse toda uma vida pela frente, a juventude, amplas perspectivas e oportunidades, ainda que acompanhados da natural incerteza com o futuro.
A questão resumia-se no seguinte: Se fosse possível uma “troca de papéis”, eu aceitaria? Largaria uma vida de experiências múltiplas, em que as conquistas superaram as derrotas, para sentar-me naquele banco, com pouquíssima vivência e singelas responsabilidades? A perspectiva de toda uma longa vida pela frente far-me-ia aceitar a troca?
Eu já concluíra que não aceitaria a hipotética troca quando o sinal abriu. A van afastou-se rapidamente, levando aquele Eu que por um momento existiu. Ele seguiu senhor de sua própria vida e inconsciente do quanto ainda teria que lutar para descobrir seus próprios caminhos.
Respirei fundo, e algumas buzinas já me apressavam quando acelerei para sair e continuar o meu caminho.
Olhei para trás, não do carro, mas da vida e verifiquei a bagagem que eu carregava. Constatei quanta riqueza imaterial eu acumulara e senti-me feliz e recompensado.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Silêncio


Pense em alguem que seja poderoso Essa pessoa briga e grita como uma galinha, ou olha e silencia, como um lobo? Lobos não gritam. Eles têm a aura de força e poder. Observam em silêncio.Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio.Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas.
Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos. Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis. Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota.
Olhe. Sorria. Silencie. Vá em frente.Lembre-se de que há momentos de falar e há momentos de silenciar. Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso. Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a (falsa) idéia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques. Não é verdade ! Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir. Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal.
Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça. Você pode escolher o silêncio. Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenocrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar:
"ME ARREPENDO DE COISAS QUE DISSE, MAS JAMAIS DO MEU SILÊNCIO".
Responda com o silêncio, quando for necessário. Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais.Use o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa para não responder em alguns momentos.Você verá que o o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas. E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.
Aldo Novak
Colaboração de Cecília Iponema

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Partida...


Só agora soube que você partiu....
Circunstâncias da vida fizeram com que nossos caminhos não mais fossem pelo menos próximos, e pudéssemos vez por outra dividir um pouco nossos mundos, sonhos e desejos.
Aprendi com você a verdadeira definição de amor incondicional. Na realidade não só aprendi, mas melhor que isso, vi acontecer. Vi a completa entrega por amor ao próximo.
Sempre admirei como você defendia a família, não só como instituição, mas como unidade. Ai de quem, de dentro ou de fora dela, ousasse desafiar seus “mandamentos”. Sabe que às vezes eu quase que lamentava não estar sob esse doce jugo?
E o que falar de sua capacidade de Renúncia? Quantas vezes vi você abrir mão de algo “seu” para atender a outro que por ventura desse algo se apossara? Na realidade acho que não é abrir mão, mas entregar o próprio coração.
Já sinto saudades. Já não sentirei o cheiro do café, que como por milagre aparecia sempre fresquinho quando chegava a sua casa.
Não mais verei seus cansados, mas ainda fortes braços chegarem carregados de bolsas, após uma verdadeira gincana pelos supermercados a cata das famosas “promoções”.
Seus passos hesitantes e descalços - pernas cansadas - não mais cruzarão perigosamente o terraço molhado alimentando as plantas que recebiam seus carinhos e cuidados.
E como poderei ouvir agora – independentemente de ser do meu gosto ou não - qualquer música de um Roberto Carlos, um Julio Iglesias ou mesmo de um Nelson Gonçalves que chegava até você com lembranças fortes e secretas.
Sua imagem permanece nítida em minha mente, seu sorriso protetor, seu senso de humor que superava qualquer contrariedade, seu ar de felicidade quando decretava “Vou para a rua”, tudo isso serve um pouco de consolo neste momento que reluto em aceitar a sua perda.
A razão me puxando para a realidade sussurra em meu ouvido: “É a lei natural da vida, não vivemos para sempre”. Procuro entender, superar a dor, deixar prevalecer o conceito frio de nossa finita existência.
Ainda que eu tenha que aceitar, ainda que a razão pura tenha que prevalecer, ainda que sua partida tenha sido dolorosamente natural, meu coração, escapando da consciência lógica, insiste em perguntar:

“Por que ter que ir para o céu, se você já era um anjo aqui?”




Para Lourdes - 15/06/09

quarta-feira, 3 de junho de 2009

SUTILMENTE

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe



E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti

Samuel Rosa/Nando Reis

quinta-feira, 14 de maio de 2009


A Invasora

Havia todo um movimento querendo identificá-la. Pouco se sabia sobre ela, somente que entrava e saia dos países, sem preocupação com vistos ou outros documentos. Deixara pequenos rastros pela América do Sul, igualmente na América do Norte, e até na sisuda Inglaterra suspeitava-se que estivera.

Não se tinha informação de que causara qualquer dano ou tivesse cometido uma ação violenta, apenas causava espanto a falta de registros concretos da sua entrada ou saída.
Os poucos que, por trabalharem nas alfândegas e fronteiras, tiveram a oportunidade de vê-la, desconversavam quando perguntados pelos aspectos legais e formais da passagem da Invasora; simplesmente se recusavam a comentar as circunstâncias de como ela entrara ou saíra daqueles países.

A coisa foi tomando tal vulto que os organismos internacionais reuniram-se para uma investigação abrangente e sigilosa. Sim, sigilosa, porque ao mesmo tempo em que a transgressão de normais legais e diplomáticas incomodava, não havia registro, como relatado, de qualquer tipo de dano ou prejuízo.

A surpresa surgiu quando um dos interrogados, submetido a um detector de mentiras respondeu “SIM” à pergunta: “Ela portava alguma arma?”.

Da para imaginar o que ocorreu a partir daí. Por todo o mundo buscava-se a solução para o enigma.
Quem era ela?
Quais os seus objetivos?
Que terrível arma usava ao ponto de as testemunhas recusarem-se a denunciá-la?
Pela primeira vez na história as potências mundiais reuniram-se e instauraram um processo único, de âmbito mundial contra ela. Não haveria trégua até a captura da Invasora.
Os procedimentos nas fronteiras e nos aeroportos ficaram mais rígidos. Levavam-se horas para embarques e desembarques. O desconforto tomou conta do mundo.

Foi então que a Invasora, constatando, pelos jornais, todo o problema que estava causando, anunciou que se entregaria. O Chefe Maior das potências regozijou-se e anunciou que a pena seria a mais severa possível. O processo iria até o fim e não haveria qualquer possibilidade de perdão.

O encontro da Invasora com o Chefe Maior, por receio de impensáveis conseqüências, foi cercado do maior sigilo e cuidado. Será que ela levaria sua arma? Que mal poderia fazer em um último momento de desespero?

O Chefe Maior, transformado de repente em herói da humanidade, não se intimidava e não baixava o tom. Encontrar-se-ia com ela sozinho, não importava que arma pudesse ela portar. Prende-la era sua missão.

Marcado o encontro, todos os meios de comunicação aguardavam o desfecho, ansiando pelo anúncio da prisão da Invasora.

A reunião da Invasora com o Chefe Maior não durou muito tempo. Ao término, o Chefe Maior permaneceu na sala redigindo, um tanto constrangido, um discurso para a imprensa, que aos empurrões aguardava a solução da questão.

Ao mesmo tempo a Invasora calmamente saía por uma porta lateral, portando um sorriso que desconcertara o Chefe Maior; o mesmo sorriso – arma poderosa - que lhe abrira as portas, fronteiras e controles de todo o mundo.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

MENSAGENS EM GARRAFAS


Desde pequeno sinto atração por histórias de náufragos que, após nadar para ilhas desertas em busca de salvação, de lá mandavam mensagens em garrafas, na esperança de um dia serem resgatados.
Mais tarde tomei conhecimento de que, desde a antiguidade, cientistas jogavam garrafas ao mar com mensagens identificando o ponto de partida, na esperança de que uma vez resgatadas, essas garrafas revelassem o caminho das correntes marítimas.
Vemos que em ambos os casos a ESPERANÇA e a busca por RESPOSTAS alimentavam os desejos dessas pessoas; era como lutar com o imponderável, o insabido, em uma escuridão de luz.
Hoje, alguns manuscritos jogados ao mar da vida, há mais de cinqüenta anos, aportaram em minhas mãos.
Na leitura dessas mensagens não encontro uma busca por salvação, tão pouco pistas sobre novos caminhos ou rotas. O que sinto é que delas esvaem dolorosas verdades e vivências muito fortes; brotam gritos prisioneiros de um coração solitário.
Não há como mandar resgate ou mesmo definir uma rota.
Leio, releio, analiso e concluo que as mensagens são para.........ninguém.
Não sei o que fazer com elas.
Mas como ignorá-las se sei quem as escreveu?
O que fazer com os gritos surdos que ainda ecoam em minha cabeça após a leitura?
Como responder a perguntas lançadas dentro de um contexto que desconheço?
Melhor não tentar responder a essas perguntas.
Melhor incorporar essas mensagens ao meu eu.
Melhor misturar tudo como uma energia que impregne meu corpo.
Melhor deixar que assim repouse dentro de mim.
Melhor que siga em frente, sem reservas, sem controle, sem censura, como se fosse parte do DNA.
Afinal, são mensagens de meu pai.

Para José Vieira


Sergio Rocha

domingo, 26 de abril de 2009

Pensamento do dia



"Por que será que certas coisas tão bobas, parecem tão inteligentes quando é você que as faz?"


Dennis The Menace

terça-feira, 21 de abril de 2009

O Desfile



Chove. Chove muito. Raios, trovões e aquela vontade de não sair, de ficar em casa aconchegado e quietinho.
Mas espera! Que horas ela sai hoje da escola? Meu Deus, é por agora.... Será que já saiu.....? E essa chuva, esses raios, trovões ......
Coração apertado, corro ao seu encontro, e enquanto penso em protegê-la, sons e luzes explodem assustadoramente ao meu redor, ao mesmo tempo em que a chuva embaça os óculos e minha visão.
As pessoas, como dançarinos de um louco balé, correm esgueirando-se entre carros, arbustos e marquises a procura de proteção ............ E eu não a vejo.... Estará assustada? Preciso encontrá-la!
Fico imaginando se não estará escondida, encolhida em algum cantinho, tiritando de frio e com muito medo.
De repente, entre as gotas que me turvam a visão, vejo uma silhueta conhecida, perfil de pessoa querida e amada, e acelero o passo para oferecer aconchego e proteção para quem, imagino, deve estar apavorada em meio a tanta confusão.
De repente, desacelero o passo, mas o coração, ao contrário, aumenta o ritmo .....
O que está acontecendo? Por que ela não corre? Por que não se protege? Será medo?
Olho com mais atenção e observo que ela simplesmente caminha. Da até para observar um leve sorriso nos lábio vermelhos da boca bem feita. Os olhos, de vez em quando, olham para cima desafiando raios e trovões.
Custei a perceber que não era uma cena insólita. Não havia medo ou qualquer sentimento de aversão ao que acontecia ao seu redor. Ela simplesmente escolheu caminhar como que em um desfile elegantemente iluminado e sonorizado pela natureza.
Não tenho certeza, mas me pareceu que conforme ela caminhava os raios iluminavam seu caminho como spots de luz, obedientes à sua atitude e reverenciando sua beleza.
Parei de pronto, fechei meu guarda-chuva e não me aproximei.
Segui seus passos, guardando uma distância silenciosa, usufruindo aqueles momentos de beleza indizível. Recusei-me a interromper aquilo que até a natureza parecia respeitar.
Em meio à chuva que me molhava, à medida que a seguia e observava, constatei o inevitável. Ela crescera, começava a desafiar conceitos e escolher caminhos. Começara a testar o mundo ao seu redor, determinando seu espaço e ritmo.
Lágrimas misturaram-se com a chuva, lutando para superar o sorriso que já aflorava.
Ao mesmo tempo em minha cabeça uma certeza se solidificava.
Cumpri minha missão de pai!

Para Anna Carolina

Sergio Rocha

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Mario Quintana


Com o tempo, você vai percebendo que,
para ser feliz com uma outra pessoa você precisa,
em primeiro lugar,
não precisar dela...
Você aprende a gostar de você,
a cuidar de você, principalmente,
a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...
é cuidar do jardim
para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar
não quem você estava procurando...
mas quem estava procurando por você!

domingo, 12 de abril de 2009

Olá, você está ouvindo o que eu estou pensando?




Pois é, essa é uma pergunta sem sentido aparente. Entretanto, não seria interessante se fosse uma pergunta plausível?
Nossas conversas, transações e relacionamentos teriam muito a ganhar com uma conversa direta “mente a mente”. Já pensou como seria “conversar” com a idéia pura da cabeça das outras pessoas. Imagine você entender perfeitamente os objetivos e intenções do outro bem no nascedouro, sem a influência das palavras. Palavras que às vezes funcionam como uma maquiagem – transformando idéias em príncipes ou sapos, unicamente pela forma como as empregamos.
A comunicação não estaria à mercê de palavras mal escolhidas, construções gramaticais capengas, ou mesmo entonações vocais sujeitas à desconfiança.
Talvez no futuro, blogs como este não precisarão de palavras para externar idéias e convicções; o pensamente será veículo bastante para a comunicação. É, tenho certeza de que será muito melhor.
Enquanto isso, vou tomar o maior cuidado com o que escrevo, apurar ao máximo minha tosca gramática, com o objetivo de que minha mensagem seja sempre um reflexo de meu pensamento puro.
Sergio Rocha

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Uma metáfora, para refletir...


Torne-se um lago.

Um velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.
- "Qual é o gosto?" perguntou o Mestre.
- "Ruim " disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse:
- "Beba um pouco dessa água".
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
- "Qual é o gosto?"
- "Bom!" disse o rapaz.
- Você sente gosto do "sal" perguntou o Mestre?
- "Não" disse o jovem.
O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:
- A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende aonde a colocamos. Então quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido das coisas. Deixe de ser um copo. Torne-se um lago...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Por que não?



A pergunta "Por que?" leva ao entendimento.


Já a pergunta "Por que não?", leva a novas perspectivas,
novos caminhos.


Então.......

sábado, 4 de abril de 2009

Pontos de Vista....

SAUDADE é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
LEMBRANÇA é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
ANGÚSTIA é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
PREOCUPAÇÃO é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu, sair do seu pensamento.
INDECISÃO é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que deveria querer outra coisa.
CERTEZA é quando a idéia cansa de procurar e para.
INTUIÇÃO é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
PRESSENTIMENTO é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
VERGONHA é um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora.
ANSIEDADE é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.
INTERESSE é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
SENTIMENTO é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
RAIVA é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
TRISTEZA é uma mão gigante que aperta seu coração
FELICIDADE é um agora que não tem pressa nenhuma.
AMIZADE é quando você não faz questão de você e se empresta para os outros.
CULPA é quando você cisma que poderia ter feito diferente, mas geralmente não podia.
LUCIDEZ é um acesso de loucura ao contrário.
RAZÃO é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
VONTADE é um desejo que cisma que você é a casa dele.
PAIXÃO é quando apesar da palavra “perigo” o desejo chega e entra.
AMOR é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não,... Amor é um exagero....também não, é um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tem explicação, esse negócio de amor não sei explicar.
Mario Prata